- TECNISATA NO ARTIGO: "I&D - O QUE MUDOU NAS EMPRESAS" -
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- Através dos projetos de I&D,conseguimos implementar novos modelos, novas soluções que nos permitam também, em contexto real de trabalho, perceber se é possível fazer evoluir os nossos processos ou aumentar o nosso portefólio de produtos ou ainda acrescentar valor ao que fazemos". Por isto, Pedro Teixeira, da Tecnisata, considera este tipo de projetos como uma mais-valia para as organizações.No caso da sua empresa, refere, a preocupação maior é a inovação a nível dos processos de fabrico e, por isso, é nessa área que se situa a maior parte dos projetos nos quais tem participado.
Como exemplo, fala de um deles, no âmbito do PT2020, que possibilitou à empresa, em conjunto com a Universidade de Coimbra, implementar e testar modelos de simulação de limites mecânicos de ferramentas e de moldes. - "Este processo é hoje um padrão standard de todos os nossos equipamentos. Antes de avançar para o processo de fabrico, temos este ambiente completamente virtualizado e, em 3D, conseguimos simular os limites de rutura de materiais e até fazer a avaliação do design junto com o cliente", conta, adiantando que "apesar de despendermos mais tempo de engenharia, temos um processo muito mais assertivo que nos permite oferecer ao cliente um sistema mais fiável".
- "Estamos a fazer equipamentos que são protótipos à escala real - os moldes - e, ao fazermos a virtualização completa antes do seu fabrico, isso permite-nos testar e estudar os limites dos materiais e validar o design", sintetiza. E com isto, sublinha "o nosso processo de engenharia - e estamos a falar de uma empresa com 50 anos - mudou quase de um dia para o outro, através desta inovação dos nossos métodos".
- Este projeto, desenvolvido há cerca de quatro anos, contemplava a parte da industrialização e esta estava reservada, precisamente, à empresa. "O projeto era muito maior, mas tínhamos este objetivo de ter essa validação e verificação, por isso, fizemos um investimento significativo, para além do que estava estipulado no projeto", conta.
- NEGÓCIOS
- Enquanto grupo, a Tecnisata apostou num sistema de gestão integrado, no qual algumas das empresas são certificadas nas áreas da investigação e do desenvolvimento. "A nossa gestão da qualidade é um sistema integrado, o que significa que, mesmo as empresas que não estão certificadas pela investigação e pelo desenvolvimento, acabam por ser geridas, no dia a dia, por um sistema que contempla essas normas", explica, considerando que esta forma de funcionamento "acaba por potenciar a própria inovação".
- Há mais de duas décadas que estas áreas e a participação em projetos fazem parte da vida da empresa. A principal vantagem, no seu entender é "conseguir validar determinado processo, ou tecnologia, cujo carácter é inovador". É que enfatiza, "muitas vezes, apesar de preconizarem o desenvolvimento de determinadas soluções, as empresas não conseguem reunir as condições" para dar resposta a essas necessidades. "A participação nestes projetos tem esse mérito, permitindo uma janela temporal definida e com orçamento já pré-definido, alocar meios e alcançar resultados".
- Para além do desenvolvimento de inovação, seja de processos, seja de produtos, a integração em consórcios, no âmbito destes projetos, tem permitido a aproximação a outros organizações e, com isso, potenciado algumas relações empresariais que se traduzem, por vezes, em negócios. "Trata-se de empresas com o mesmo alinhamento, a mesma visão de determinada tecnologia ou solução e, muitas vezes, acabam por nascer oportunidades de negócios", salienta.
- Pedro Teixeira considera essencial nesta questão, que, antes de avançar para um projeto, as empresas tenham definido um objetivo empresarial. "Ter equipas dedicadas ou um planeamento estratégico integrado acaba por não ser o fundamental. As universidades têm equipas dedicadas à investigação, mas as empresas - pelo menos as da nossa dimensão - não terão essa necessidade", defende, adiantando que "o projeto, independentemente de ser ou não financiado, deve ter um objetivo definido e esse tem de ser tangível".
- É que, salienta, "os projetos permitem alcançar muita coisa, mas também permitem - se não houver uma definição de rumo e resultados - perder muito dinheiro". Por isso, afirma ser fundamental olhar para os projetos em sintonia com "a visão estratégica da empresa".
- O tempo é também, uma questão a terem em consideração. Se um projeto se destina a melhorar processos, o ideal é que seja industrializado no menor espaço de tempo possível. Contudo, se o objetivo é o desenvolvimento de um novo produto, admite que "possa haver uma necessidade de maturidade e de aceitação no mercado".
- Lembra que na atualidade "os negócios são muito dinâmicos, ainda por cima do nosso sector que tem uma atividade global", por isso, salienta "a ideia de estar a desenvolver investigação durante três ou cinco anos para implementar seis ou sete aos depois, não será de grande vantagem para uma empresa.
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